O complexo de Édipo – um dos pilares da Psicanálise.
Este complexo fala essencialmente do amor incestuoso do filho com a mãe e da rivalidade e desejo de morte do pai. Em seu artigo “Totem e Tabu”, Freud fala da horda primitiva, grupo social de humanos. Estes agiam de forma semelhante aos grandes mamíferos como o leão e o gorila. O macho dominante possui todas as fêmeas. Os filhotes que nascem dele, se forem fêmeas também serão possuídas por ele. Se forem machos, quando iniciarem seus desejos sexuais, serão tratados por ele como rivais. Estes poderão ser inclusive expulsos ou mortos. Freud denomina de filogenética a influência desta época ancestral em nosso complexo de Édipo.
O menino se vê ameaçado por seu pai, assim como o filhote macho se sentia ameaçado pelo macho dominante.
O complexo de Édipo na menina.
A horda primitiva também facilita o entendimento do funcionamento do complexo de Édipo na menina. Na menina, o amor pela mãe se transforma em rivalidade e surge um amor pelo pai. Se pensarmos na horda primitiva, veremos uma situação semelhante. A fêmea filhote ao se tornar ativa sexualmente, era procurada pelo macho dominante, o grande gozador, e se tornava rival da mãe. Esta fêmea filhote queria um filho deste macho dominante como uma forma de se sentir mais “poderosa”.
O totemismo.
Freud cita o totemismo como uma evolução desta horda, onde os filhos se unem e matam o pai. O macho dominante é morto e se transforma num ícone, num totem, símbolo de força e admiração, normalmente representado por um animal. Este animal é venerado e só pode ser comido ritualisticamente para que se apropriem de seu poder. Além da proibição de comer o animal totêmico que simboliza o pai, também é proibida a relação sexual entre homens e mulheres do mesmo totem. Isto é, homens e mulheres da mesma família. Se a relação com a mãe e irmãs não fosse proibida, provavelmente haveriam brigas entre os filhos pela posse da mãe.