A argumentação de Freud sobre o Complexo de Édipo e a horda primitiva pode ser corroborada pela Mitologia.
Cronos e a horda.
Na Mitologia temos Cronos, filho mais novo de Urano tomando seu lugar. Ele corta o falo do pai e toma seu lugar como novo Senhor. Na horda primitiva geralmente era o filho mais novo que tomava o lugar do pai, macho dominante, quando este ficava mais velho e fraco.
Cronos pai e passou a engolir todos os filhos para garantir que não fosse ameaçado por eles. Isto é, para evitar que os filhos fizessem com ele a mesma coisa que ele havia feito com seu pai.
Zeus e o totemismo.
Se Cronos nos remete à horda primitiva, seu filho Zeus nos mostra a união dos irmãos e o surgimento de uma nova ordem social. Os filhos juntos são mais fortes que o mais forte.
Zeus, filho mais novo de Cronos, foi o único que não foi engolido pelo pai no nascimento. Cronos teve seis filhos com sua irmã Réa. Ele os engolia assim que nasciam. Quando Zeus nasceu, Réa o escondeu e entregou uma pedra enrolada em cueiro para Cronos. Cronos a engoliu sem perceber que estava engolindo uma pedra.
Zeus cresceu longe da mãe. Quando adulto, sorrateiramente, colocou uma erva na comida do pai, que o fez regurgitar todos os filhos que haviam sido engolidos. Estes já estavam também adultos e juntos lutaram contra o pai e tomaram seu poder.
Zeus não ficou com o poder todo para ele, assim como Cronos. Ele dividiu com seus irmãos, que o haviam ajudado na batalha. Hades recebeu o submundo ou mundo dos mortos e Netuno ficou com os oceanos. Apesar de não termos o totem, temos esta mudança de ordem social, onde a vontade do mais forte deixa de prevalecer e surgem leis que passam a determinam as regras de convivência.